quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Falecimento do Prof. Arnaldo Bezerra causa consternação em Porteirinha


Saudoso Sr. Arnaldo Bezerra
Foi com muita consternação que os porteirinhenses receberam nesta quarta-feira, dia 13 de fevereiro, a notícia do falecimento do Senhor Arnaldo Bezerra.

Prof. Arnaldo Bezerra lecionando na
Escola Normal, em Porteirinha-MG
Nascido em Guanambi-BA na década de 1920, Arnaldo Bezerra morou muitos anos em Porteirinha-MG, onde conquistou admiradores, construiu família e deixou inúmeros amigos. Foi professor de História e de Educação Moral e Cívica na saudosa Escola Normal, onde disseminou seus grandes conhecimentos, contribuindo de forma significativa com a educação de muitas gerações. Por seu prestígio na cidade, foi eleito vereador e ocupou o posto de presidente da Câmara de sua legislatura, na época do prefeito Alcides Mendes da Silva (1977 a 1982).

Pelos seus grandes conhecimentos, se tornou membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, cidade em que passou a morar. Como tradicional criador de cavalos, também foi membro da Academia Brasileira dos Criadores de Cavalo Campolina, onde expressava seu grande carinho e admiração pelos animais.

O velório está acontecendo na Funerária Avelar, em Montes Claros e o sepultamento está previsto para às 16h desta quinta-feira, dia 14 de fevereiro, no Cemitério do Bonfim, na mesma cidade.

Nós, da Folha de Porteirinha e Região, lamentamos a partida do Sr. Arnaldo Bezerra e nos solidarizamos aos amigos e familiares neste momento de dor e comoção.  

Arnaldo Bezerra com sua esposa
Zezé Bezerra
   
Arnaldo Bezerra (dir), junto com o seu
filho Ronaldo (centro)  e seu neto Moreno (esq)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

PORTEIRINHA SEDIA EVENTO DE KICKBOXING, K1 E MMA


No último dia 26 de janeiro, a Escola Estadual Miguel José da Cunha foi palco de um dos maiores eventos de luta da microrregião. Muita emoção e adrenalina marcaram as lutas de Kickboxing, K1 e MMA, no ‘5º Águia Dourada Combat’. Diversos atletas vieram de outras cidades como Belo Horizonte, São João da Ponte, São Francisco, entre outras, para disputar esse importante troféu.


Além da Associação Comercial e Industrial de Porteirinha (Aciport) , o '5º Águia Dourada Combat' também foi apoiado por diversas empresas da cidade que garantiram a realização do evento.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

ITAMAURY TELES, ESCRITOR PORTEIRINHENSE, RECEBE PRÊMIO INTERNACIONAL DE LITERATURA - Confira a entrevista exclusiva que ele concedeu ao nosso jornal


Autor de 5 livros, Itamaury Teles de Oliveira é um dos porteirinhenses que enche nossa terra de orgulho. Dono de um currículo extenso, cheio habilidades e uma vasta experiência profissional, ele fica ainda melhor apresentado por aqui como filho da escritora Dona Palmyra e do saudoso Geraldo Teles. Itamaury é neto de Filogônio Teles de Menezes, que trabalhou pela emancipação de Porteirinha, e irmão de outros nove ilustres porteirinhenses, todos com nomes iniciados com a letra ‘’I’’. Recém chegado do México com sua medalha de prata conquistada na Feira Internacional de Literatura, ele nos
concedeu uma entrevista especial em que falou sobre a paixão pela literatura, sobre saudosismo, projetos futuros, entre outros assuntos. Pegue uma xícara de café e venha conferir essa prosa com a gente ;-)

Folha de Port- Como nasceu a paixão pela escrita e o que te inspira para escrever?
Itamaury - A minha paixão pela escrita vem desde quando eu fazia o curso primário e uma redação minha foi escolhida para sair no jornalzinho "Meu Brasil", do Grupo Escolar João Alcântara. Era um relato de viagem de carro, entre Porteirinha e Montes Claros, com paradas na estrada para almoçar, tomar café, jantar e até para catar pequis. A minha inspiração resulta, certamente, de minhas viagens, das leituras e das minhas observações do dia a dia. Creio que nada sai da nossa mente sem que antes tenha passado pelos
nossos órgãos do sentido.

Seus livros possuem importante destaque no meio literário, já tendo sido
inclusive indicado para vestibular. Mas agora, você foi premiado em um
concurso internacional. Qual a emoção ao receber a medalha de bronze da Feira Internacional do Livro, em Guadalajara no México?
A emoção ao receber a notícia da terceira colocação na categoria prosa foi muito grande, diante do alto nível dos escritores concorrentes. Essa Medalha de Prata, recebida em Guadalajara, tem um grande significado para mim: foi o
primeiro prêmio literário que recebi, na primeira vez que resolvi participar. Emoção maior foi saber que das duas crônicas premiadas uma falava das "mornas águas do Rio Mosquito", o que confirma a máxima de Leon Tolstói, contida na epígrafe do meu livro "Urubu de Gravata": se queres ser universal, fala da tua aldeia.

Além da premiação, o que mais te chamou a atenção neste evento internacional?
Chamou-me a atenção a grandiosidade da Feira, considerada a maior do continente americano e a segunda maior do mundo, atrás apenas da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha.

O que de Porteirinha você carrega em suas andanças pelo Brasil e pelo mundo?
De Porteirinha, carrego muitas estórias para contar. Tenho muito orgulho em falar das minhas raízes fincadas nesta pequena e bela cidade no sertão das Minas Gerais.

Qual a maior lembrança de nossa terra?
Tenho tantas e boas lembranças da minha terra que fica difícil para mim escolher a maior. Ótimas recordações do Rio Mosquito; da Cachoeira do Serrado; do Cine Palladium; da fazendinha do meu pai, no Guará; das festas de Serra Branca e de São José do Gorutuba; as horas-dançantes e festas no
Clube Social...

Recentemente, Porteirinha completou 80 anos com muitas conquistas, mas ainda com muitos desafios. Como você enxerga o caminho que a cidade está traçando e o que você deseja pra essa terra?
Nos 80 anos de Porteirinha, completados em dezembro último,
relembrei meu avô, Filogônio Teles de Menezes, protagonista
da sua emancipação de Grão Mogol. Fizera tudo
secretamente, para não haver movimento contrário dos
políticos de Grão Mogol. Ele era tropeiro e conhecia como
ninguém o território que palmilhava com sua tropa, levando e
trazendo mercadorias e novidades. A formatação do novo
município, feita por ele, foi aprovada integralmente, em
17/12/1938, pelo Governador Benedito Valadares.
Todavia, não há uma rua sequer homenageando a sua
memória. Há, apenas, uma escola municipal, na zona rural,
com o seu nome. Mas, segundo soube, está sendo fechada.
Penso que essas injustiças históricas não devem continuar.

Como escritor, qual seu maior orgulho?
Ser reconhecido como tal, receber boa crítica dos livros
publicados, hoje encontrados em boa parte do território
nacional e em alguns países, em pelo menos três continentes.
Só no México foram vendidos, e alguns doados,
60 exemplares dos meus livros Urubu de Gravata, Doce
Prejuízo e Balangador de Rede.

O que você diria para quem deseja ser escritor, mas ainda
acredita que essa é uma realidade distante? Alguma dica?
Recomendo ler bons escritores, ser atento observador das
ocorrências cotidianas, conhecer novos lugares e novas
culturas, observar atentamente o falar e os costumes das
pessoas e conhecer o vernáculo. Escrita é conteúdo e forma.
Por fim, escrever sempre. Não é tarefa fácil, mas pode tornar-se prática gratificante.

Adicionar legenda
Porteirinha possui muitos poetas, escritores, músicos e artistas em geral. Você acredita que isso é reflexo de uma
manifestação natural que ocorre em qualquer lugar da nossa região, ou que existe um diferencial no município
que as pessoas se sentem estimuladas à produção artística?
Nada nessa área ocorre por acaso, naturalmente. Tudo é fruto de acontecimentos locais que ensejaram condições satisfatórias capazes de promover o florescimento de talentos
em diversas áreas do conhecimento. Há que se ter boa base escolar e cultural, incentivo material e foco para que sejam
alcançados novos patamares pessoais e profissionais. É da cultura do porteirinhense, afeito ao trabalho e ao estudo, estar sempre preparado para as oportunidades que a vida lhe
oferece. Sem falsa modéstia, de uma maneira geral, somos bons profissionais, em tudo que fazemos. Nossa visão vai muito além das montanhas que nos cercam.

Atualmente você é presidente da Academia Montes
Clarense de Letras. Qual principal objetivo da entidade?
Existe alguma ação de incentivo para novos escritores e
publicações?
O principal objetivo da Academia Montes-clarense de Letras é
congregar escritores residentes em Montes Claros, incentivar o
gosto pela leitura e pela produção de obras literárias, editar sua
revista literária, manter biblioteca acessível a seus membros e
à população em geral e promover o intercâmbio com outras
academias.

Por Montes Claros ser referência no Norte de Minas, a
entidade tem atuação regional ou apenas na cidade?
Nossa área de atuação estatutária é restrita a Montes Claros,
embora estejamos - todos os 40 acadêmicos - sempre em
constante interação com diversas cidades da nossa região, em
lançamentos de livros, palestrando e incentivando a produção
literária. É nosso pensamento lançar sementes para a criação
de novas academias de letras na região. Porteirinha é uma
forte candidata.

Sua mãe também é uma grande escritora, já lançou dois
livros e faz parte da Academia Feminina de Letras de
Montes Claros. Como surgiu inspiração na família? Quem
incentivou quem?
Esta é uma via de mão dupla. A minha formação cultural devo
muito a minha mãe, que sempre disponibilizou meios para que
tivéssemos acesso a boas leituras. Por outro lado, tendo
lançado livros bem antes dela, pude ajudá-la na edição dos
seus dois livros de memória histórica, na condição de
coordenador editorial.

Sabemos que você tem um grande acervo fotográfico, além
de muitas informações sobre a história de Porteirinha, que
volta e meia são divulgadas nas redes sociais. Já pensou
em uma forma de disponibilizar isso de forma integral para
o público?
Estou pensando neste assunto há um bom tempo, mas outras
prioridades se antepuseram. Tenho muito material sobre
Porteirinha e pretendo disponibilizá-lo com a publicação de, no
mínimo, dois livros, já bastante adiantados: "Serra Branca é
uma festa" e " Álbum histórico de Porteirinha e sua gente".

Nós, da Folha de Porteirinha e Região, lhe parabenizamos
pelo trabalho e lhe agradecemos pela atenção e por
representar tão bem nossa terra no cenário literário, agora
inclusive, no meio internacional.
Não há de quê. Fico sensibilizado com o reconhecimento dos
meus conterrâneos. Como dizia o saudoso amigo e confrade
Haroldo Lívio, "muita fumaça ainda sairá desta chaminé".