Aspectos geográficos


Aspectos geográficos de Novo Hamburgo

Quando falamos de uma cidade, sempre nos vem à mente certa curiosidade em saber como ela é. Qual o seu aspecto físico, quais são seus recursos, como é o seu povo... Então vamos falar um pouco sobre como é a paisagem de Novo Hamburgo e também, sobre questões ambientais que são fundamentais para nossa cidade.
Novo Hamburgo é um município que se localiza no Estado do Rio Grande do Sul, no Vale do Rio dos Sinos, há 40 quilômetros da capital Porto Alegre. Sua área possui 223,6 quilômetros quadrados e já alcança uma população de 238 940 habitantes, o que a torna uma cidade urbanizada. Os municípios que fazem limite com Novo Hamburgo são: Dois Irmãos, Ivoti, Estância Velha, São Leopoldo, Sapucaia, Gravataí, Taquara, Sapiranga e Campo Bom. 
Segundo o que já estudamos neste blog sobre a história de Novo Hamburgo, percebemos que ao longo do tempo, a presença do ser humano foi causando mudanças na paisagem da cidade. Nem sempre essas mudanças são positivas, o desenvolvimento de uma cidade pode causar sérios problemas para o meio ambiente. Podemos observar também que os aspectos físicos de um local, como solo, vegetação, hidrografia e clima estão intimamente ligados um ao outro, provando assim fazerem parte de um ecossistema.
O solo de Novo Hamburgo apresenta quatro tipos predominantes, mas em geral, é um solo argiloso e com nutrientes suficientes para a agricultura e próprio para o desenvolvimento da vegetação natural: 

  • ·     Formação Pituva – solo argiloso, rico em nutrientes e boa fertilidade, de cor marrom. Sua vegetação natural é a mata da encosta da Serra. Este solo é próprio para o plantio de pastagens, hortaliças e lavouras em geral.
  • ·   Formação Bom Retiro – solo argiloso-arenoso, pobre em nutrientes, de cor acinzentada, vulnerável a erosão. Sua vegetação natural é o campo. Pode ser aproveitado para a fruticultura e pastagens.
  • ·    Formação Rosário do Sul – é semelhante ao Bom Retiro. Formando os dois 60% do solo do município.
  • ·    Formação Vacaí – solo arenoso, tem boa fertilidade e é rico em matéria orgânica. Sua vegetação natural é própria das baixadas dos rios (mata ciliar). Apropriado para o cultivo de pastagens e arroz.
A nossa cidade fica quase que ao nível do mar, sendo sua altitude apenas 57 metros acima do nível do mar. Mesmo assim, vale lembrar que temos alguns morros que compõem nosso relevo. São eles: Morro dos Bois, Morro Taimbé, Serra Morretes, Morro São Borja, Morro Santa Tecla, Morro das Pedras, Morro Boa Vista.

Morro dos Bois (http://lombagrande.blogspot.com.br/2008/09/morro-dos-bois-srie-localidades.html)
Nosso clima é subtropical, o inverno é curto e os verões são quentes. A temperatura média durante o ano é de 19°. Nossa cidade, costuma ter um volume de chuvas regular, mas já tivemos ocorrências climáticas desastrosas, como chuvas de pedra, enchentes e vendavais. Durante as chuvas mais intensas, que ocorrem principalmente no inverno, ocorrem alagamentos em bairros do município que foram construídos em locais de banhado ou muito próximos às margens do Rio dos Sinos. São áreas invadidas, que foram desmatadas e aterradas para a construção de casas. Algumas casas eram, até mesmo, construídas dentro da água. Uma área considerável de mata alagada, foi também destruída com a construção do dique. Com a construção do dique de proteção contra as cheias (anos 80), uma exagerada faixa de terra foi desmatada, com isso alguns loteamentos começaram também a se expandir, ocupando a área do banhado, não permitindo que o ambiente natural se recuperasse.


O Rio dos Sinos é o principal rio que passa pelo nosso município. É dele que a Comusa coleta a água que abastece o município. O Rio dos Sinos nasce em Caraá (numa altitude de 700 metros acima do nível do mar) e se estende até o Delta do Jacuí, percorrendo 180 quilômetros. Ao todo, possui três rios afluentes e 65 arroios. Mas temos também diversos arroios e sangas que formam a rede hidrográfica de Novo Hamburgo. Entre os arroios se destacam: Luís Rau, que corta a cidade de norte a sul e o Arroio Pampa, que é o segundo maior arroio do município. Os demais arroios são: Gauchinho, Peri, Rincão, Vila Diehl, Guarani, Richter, Centenário, Marcelino, Butiá, Tiririca, Coari, Peão, Corvos e Moinho Sta. Maria.
A vegetação é influenciada pelo solo, clima e recursos hídricos. Portanto, na nossa cidade temos uma vegetação rica e variada, mas da qual resta-nos pouco espaço conservado, já que o crescimento incontrolado da cidade gera desmatamento e consequentemente, destruição da flora e fauna da região.
Nos locais onde há um aglomerado vegetal, podemos encontrar espécies como caroba, araucária, cabriúva, camboim, guajuvira, cedro, angico, louro, maricá, figueira, umbu e muitas outras. Nas regiões mais baixas e alagadiças, como as margens do Rio dos Sinos e arroios, encontramos espécies como ingazeiro, corticeira, aroeiras, taquaras, gramíneas e musgos. Toda a vegetação que existe nessas áreas, é hoje apenas uma amostra do que já foi no passado. Sabemos também que a vida dos animais está diretamente ligada à vegetação, da qual eles retiram o alimento e constroem seus abrigos, principalmente as aves e insetos. Existem algumas espécies de aves, por exemplo, que só constroem seus ninhos em uma espécie específica de árvore. Não encontrando esta árvore, elas migram para outras regiões ou simplesmente deixam de se reproduzir, tendendo assim, a desaparecerem. Também devemos destacar aquelas espécies que encontrando comida farta próximo à cidade e não tendo inimigos naturais, proliferam-se de forma exagerada causando transtornos. É o caso dos ratos, pombos e insetos.
 Henrique Luís Roessler
Sendo assim, nossa comunidade tem demonstrado preocupação com a conservação dos nossos recursos naturais. Prova disto, é que temos área ambientais protegidas e movimentos comunitários para que não sejam desmatadas. Um exemplo é o Parque Henrique Luís Roessler, nosso conhecido “Parcão”. Lá encontramos a maior área verde dentro da zona urbana do município e recebeu o nome do grande pioneiro do ambientalismo no Rio Grande do Sul. Também existe uma legislação que considera áreas de preservação permanente. A Lei Municipal 131/92, determina que:
Artigo 139 – “É dever do Poder Público e dos cidadãos promover a defesa do meio ambiente (...), cabendo ao Poder Público: (...)
VI – Considerar de preservação permanentes as áreas verdes do Travessão (...)e Banhados do Rio dos Sinos.







Referências:
·         http://www.novohamburgo.rs.gov.br
·         SCHUTZ, Liene M. Martins. Novo Hamburgo, Sua história, sua gente. Porto Alegre. Pallotti, 2 ed. 1992.
·         AVELINE, Carlos Cardoso e BECKER, Cláudio José. Os Banhados do Rio dos Sinos. São Leopoldo. UPAN. 1995.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo seu trabalho! Estamos utilizando suas pesquisas nas aulas dos alunos da turma do 4º ano! Abrçs

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