União da Vitória

União da Vitória

A história do município paranaense de União da Vitória começou em 1842, com a descoberta da vau no Rio Iguaçu – lugar no rio de baixa profundidade que facilitou as passagens das tropas de muares e gado (Tropeirismo). Esse lugar era também o ponto de embarque e desembarque de pequenas embarcações que usavam o rio Iguaçu como meio de transporte. Assim surge o primeiro nome: Porto da União.

A pequena vila tem seu nome mudado para Porto União da Vitória em 1855. Em 1880 chegou à região o comerciante Coronel Amazonas Marcondes e, com ele, no ano seguinte, teve início a navegação a vapor no Rio Iguaçu, com transporte de passageiros e mercadorias.

Em 1901 foi criado o município de Porto União da Vitória, mas em 1916, com o final da Guerra do Contestado – disputa entre os estados do Paraná e Santa Catarina – se firmou um acordo de limites que dividiu Porto União da Vitória em duas cidades: União da Vitória (PR) e Porto União (SC).

União da Vitória e Porto União (Vista do Morro do Cristo)
União da Vitória e Porto União – Vista do Morro do Cristo
Autoria: Monastirsky, L (2016).

A divisa entre as Cidades Irmãs

A linha que divide os dois municípios de Porto União e União da Vitória e, portanto, os estados do Paraná e de Santa Catarina gera confusão para os visitantes. A linha divisória é estabelecida pelo rio Iguaçu e na parte urbana central das cidades pelos trilhos da extinta RFFSA.

Estrada de Ferro, limite entre Paraná-Santa Catarina - Praça do Contestado
Estrada de Ferro, limite entre Paraná-Santa Catarina – Praça do Contestado
Autoria: Monastirsky, L (2016).

Cine Teatro Luz

Inaugurado em 1951, o Cine Teatro Luz foi tombado em 2003 pela Secretaria de Estado da Cultura do Estado do Paraná. Em 1989, com o fim das atividades cinematográficas, foi adaptado para receber convenções e palestras. Atualmente os estudos para a restauração do prédio são realizados pelo Centro Universitário de União da Vitória (UNIUV).

Grupo Escolar Professor Serapião

Fundado em 1913 o Grupo Escolar Professor Serapião teve sua sede oficial construída em 1917, sendo tombado em 1988 pela Secretaria de Estado da Cultura do Estado do Paraná.

3 Grupo Escolar Professor Serapiao ver fonte
Grupo Escolar Professor Serapião
Autoria: ND
Fonte: PARANÁ. Secretaria de Estado da Cultura.

Estação União

Tombada em 2000 pela Secretaria de Estado da Cultura do Estado do Paraná, a estação Ferroviária União foi construída em 1942 em substituição às duas estações ferroviárias, separadas por cerca de 100 metros de distância, que atendiam de forma distinta as cidades de União da Vitória (PR) e Porto União (SC). A nova estação de passageiros foi construída em função de que a linha férrea é o limite entre as duas cidades e os dois estados, com os dois lados iguais unidos por uma grande abóbada em arco e recebeu o nome de União simbolizando a origem das duas cidades. A estação União apresenta semelhança arquitetônica com a Estação da Luz em São Paulo.

4 Estação União Monastirsky
Estação União
Autoria: Monastirsky, L (2016).

Maria Fumaça 310

Construída nos Estados Unidos em 1913, a “Maria Fumaça” 310 pertenceu à extinta Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) e fazia o trecho entre União da Vitória/Porto União e o porto de São Francisco do Sul (SC). Por volta de 1977 a locomotiva foi colocada em exposição na Praça Visconde de Nácar em União da Vitória. Em 2005, quando foi restaurada pela Associação dos Amigos do Trem de União da Vitória e Porto União – com recursos do Ministério do Turismo -, passou a ser utilizada para a realização de passeios turísticos. Atualmente a locomotiva está apenas em exposição na Estação União.

5 Maria Fumaça 310 Monastirsky
Maria Fumaça 310
Autoria: Monastirsky, L (2016).

Casa da Família Amazonas

Construída em 1946 em substituição a edificação anterior – essa construída por volta de 1880 – essa casa foi a sede da Fazenda Passo do Iguassú de propriedade do Coronel Amazonas – um dos personagens mais importantes da história local. A casa serviu de residência para a família de seu filho Amazonas Marcondes Filho e é conhecida como Vila Maria em função dos nomes das três filhas de Marcondes Filho: Maria Josefa, Maria Júlia e Maria da Conceição. A residência possui as iniciais de Marcondes Filho “AMF” gravadas em uma estrutura oval na fachada.

6 Casa da familia Amazonas Ver fonte
Casa da Família Amazonas
Autoria: ND
Fonte: Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIUV).

Catedral Sagrado Coração de Jesus

A divisão do território de Porto União da Vitória em duas cidades fez com que a primeira igreja da localidade ficasse em território catarinense. Para atender aos interesses da comunidade paranaense o Governo do Estado do Paraná doou um terreno para a construção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, fundada em 1917. A inauguração da igreja ocorreu em 1926, mas a construção da torre foi concluída apenas em 1930.

A divisão do território de Porto União da Vitória em duas cidades fez com que a primeira igreja da localidade ficasse em território catarinense. Para atender aos interesses da comunidade paranaense o Governo do Estado do Paraná doou um terreno para a construção da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, fundada em 1917. A inauguração da igreja ocorreu em 1926, mas a construção da torre foi concluída apenas em 1930.

Igreja Nossa Senhora dos Navegantes

A primeira capela da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes, fundada em 1961, foi inaugurada em 1966 em terreno doado pela prefeitura. Entre os anos de 2003 e 2004 uma nova capela foi construída ao lado da antiga capela de madeira.

Arquitetada pelo Padre Achiles e por Adão Mazur a atual capela foi construída com o formato de um barco a vapor. No seu interior a pintura idealizada por Moisés Lupion retrata o rio Iguaçu com pescadores e barcos, o púlpito é decorado com um timão e a imagem da Padroeira Nossa Senhora dos Navegantes encontra-se afixada em cima de uma estrutura em forma de proa de barco.

8 Igreja Nossa Senhora dos Navegantes Monastirsky
Igreja Nossa Senhora dos Navegantes
Autoria: Monastirsky, L (2016).

 

Igreja Nossa Senhora da Boa Morte

Pertencente ao Seminário Diocesano Rainha das Missões, criado em 1984, a Igreja Nossa Senhora da Boa Morte possui uma imagem da Santa em sua torre.

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Igreja Nossa Senhora da Boa Morte
Autoria: Monastirsky, L (2016).

Igreja Ucraniana São Basílio Magno

A Igreja de rito Ucraniano-Católico, construída em 1902, conjuga os estilos arquitetônicos Bizantino e Moderno. A igreja possui no seu interior figuras sacras pintadas a óleo e uma réplica da igreja em madeira.

10 Igreja Ucraniana São Basílio Magno Monastirsky
Igreja Ucraniana São Basílio Magno
Autoria: Monastirsky, L (2016).

Estátua do Sagrado Coração de Jesus – Morro do Cristo

Inaugurada em 1968, no Morro do Cristo, a Estátua do Sagrado Coração de Jesus – padroeiro de União da Vitória -, apresenta uma capela em seu interior e possui vinte e sete metros de altura e é fixada sobre um pedestal de seis metros. É considerada a segunda maior estátua de Cristo do Brasil. Para acessar a imagem é necessário subir uma escadaria com 224 degraus.

Praça Coronel Amazonas

Considerada um local de convivência antes mesmo da sua criação oficial, a Praça Coronel Amazonas fica no centro de União da Vitória. Esse espaço público congrega em seu entorno construções importantes: o Grupo Escolar Professor Serapião e a Catedral Sagrado Coração de Jesus. Em 1953 foi inaugurado um busto do Coronel Amazonas de Araújo Marcondes.

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Praça Coronel Amazonas
Autoria: Monastirsky, L (2016).

 

Ponte de Ferro – Machado da Costa

Construída provisoriamente em madeira em 1906 a ponte da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande foi substituída pela definitiva ponte metálica em 1907. Atualmente a ponte possibilita o acesso rodoviário ao distrito de São Cristóvão. Embaixo dessa ponte foi construído um marco que simboliza a divisão entre os estados do Paraná e Santa Catarina.

 

Ponte do Arco – Manoel Ribas

A Ponte do Arco foi inaugurada em 1944 sobre o rio Iguaçu e recebeu o nome de Manoel Ribas – interventor do Paraná (1932/45). Com 200m de comprimento, 10m de largura e 20m de altura, a primeira ponte rodoviária da cidade é atualmente um dos principais acessos à área central da cidade.

Praça do Contestado

Inaugurada em 2012 a Praça do Contestado possui um mosaico, elaborado por Luiz Fernando Tracz, sobre os trilhos de trem que determinam a divisão entre União da Vitória (PR) e Porto União (SC). Na praça também foram construídos um Memorial ao trabalhador ferroviário, uma estátua em bronze do Monge João Maria, um chafariz luminoso e um mural em baixo relevo que apresenta a sequência histórica da Guerra do Contestado. Esta praça é considerada a única praça erguida entre dois estados do Brasil.

Parque Histórico Iguassu

Localizado a 29 km do centro de União da Vitória o Parque Histórico Iguassu oferece diversas atividades turísticas – mediante agendamento prévio. A “trilha guiada do cenário histórico” apresenta cenários da história da ocupação do território paranaense: uma oca indígena, casas de caboclo, bodega do tropeiro, vila dos imigrantes e museu da erva-mate. O Parque também oferece almoço típico e passeio de barco, que passa perto das cachoeiras dos rios Palmital e Tigre. O lugar oferece infraestrutura básica para camping e pesca e hospedagem em casas típicas na pequena “Vila dos Imigrantes”, que retrata a arquitetura e os costumes dos imigrantes poloneses, alemães e ucranianos.

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Parque Histórico Iguassu
Autoria: ND
Fonte: PARQUE HISTÓRICO IGUASSÚ. Galeria de fotos.

Igreja Nossa Senhora de Salete

A Igreja Nossa Senhora de Salete é uma igreja ucraniana construída na década de 1940, localizada na área rural de União da Vitória – trajeto que dá acesso à Rota das Cachoeiras.

21 Igreja Nossa Senhora do Salete Rota das cachoeiras
Igreja Nossa Senhora de Salete
Autoria: ND
Fonte: Luana Prazeires Collection. Experiências no Interior do Paraná Parte II – União da Vitória & Porto União.

Rota das Cachoeiras

A Rota das Cachoeiras é um roteiro que compreende diversas cachoeiras da região: Cachoeira Cintura da Noiva, Cachoeira Foz do Tigre, Cachoeira Barra do Palmital, Cachoeira Piscina, Cachoeira Campo Alto, Cachoeira Gruta, Cachoeira da Colônia Papuã. Também compõe o roteiro o Sítio Rota das Cachoeiras.

Cachoeira Cintura de Noiva

Localizada na Colônia Rio dos Banhados a cerca 19 km do centro da cidade, a Cachoeira Cintura de Noiva – Arroio das Cachoeiras – tem 40 m de altura com queda em dois níveis. Em função da vegetação fechada é necessário acessar um pequeno mirante para visualizar toda a queda d’água. A área possui quiosques com churrasqueiras e sanitários e a entrada é paga.

Cachoeira Cintura de Noiva
Cachoeira Cintura de Noiva
Autoria: ND
Fonte: FESTA nacional da costela. Atrativos turísticos.

Cachoeira Foz do Tigre

Localizada na Colônia Barra do Palmital, a cerca de 28 km centro da cidade, a Cachoeira do Rio Tigre deságua sobre o lago de Foz do Areia – local em que se pratica pesca e esportes náuticos. O acesso à queda d’água é feito pela parte superior através de uma ponte e a base da cachoeira possui fundo é rochoso, raso e com água cristalina.

Cachoeira Foz do Tigre
Cachoeira Foz do Tigre
Autoria: ND
Fonte: FESTA nacional da costela. Atrativos turísticos.

Cachoeira Barra do Palmital

Localizada na Colônia Barra do Palmital, a cerca de 32 km centro da cidade, a Cachoeira Barra do Palmital possui um grande volume de água distribuído em leito largo. O acesso até a cachoeira é por meio de uma ponte – parte superior da cachoeira.

Cachoeira Barra do Palmital
Cachoeira Barra do Palmital
Autoria: ND
Fonte: FESTA nacional da costela. Atrativos turísticos.

Cachoeira Campo Alto

Localizada na Colônia Papuã, Rio Papuã, a cerca de 19 km do centro da cidade, esta queda d’água tem 50 m de altura. Não indicada para banhos, devido às muitas rochas, o acesso a esta cachoeira é feito através de trilha com dificuldade média. A área possui sanitários e trilhas que dão acesso a outras duas cachoeiras, a entrada é paga.

Cachoeira Campo Alto
Cachoeira Campo Alto
Autoria: ND
Fonte: FESTA nacional da costela. Atrativos turísticos.

REFERÊNCIAS

HAPNER. Paulo Roberto. Contestado: “Antecedentes e condicionantes jurídicos”. In: INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARANÁ. Boletim do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, Curitiba: IHGPR, v. 65, p. 237-258, 2012.

LAZIER, Hermógenes. Origem de Porto União da Vitória. Porto União: Uniporto Gráfica e Editora Ltda., 1985. (Coleção Vale do Iguaçu nº. 51).

MELO JUNIOR, Cordovan Frederico. Porto União da Vitória: um rio em minha vida. União da Vitória: Fundação Faculdade Municipal de Administração e Ciências Econômicas de União da Vitória – FACE, 2001. (Coleção José Túlio Cleto da Silva).

MOCELLIN. Renato. A guerra sertaneja na região do contestado. In: INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARANÁ. Boletim do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, Curitiba: IHGPR, v. 65, p. 259-273, 2012.

SEBBEN, Ulysses Antônio. Um estudo da história de União da Vitória. Porto União: Uniporto Gráfica e Editora Ltda., 1992. (Coleção Vale do Iguaçu nº. 62).

SILVA, Cleto da. Apontamentos históricos de União da Vitória (1968-1933). Curitiba: Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico Paranaense, s/d.