Cronicas Macaenses

Blog-foto-magazine de Rogério P D Luz

Macau, Rio Grande do Norte, Brasil

fonte: site O Baú de Macau

No Brasil, há uma cidade chamada MACAU que se encontra localizada no Estado do Rio Grande do Norte, ou seja, no norte do País. A origem do nome é a mesma da MACAU, antiga colônia portuguesa no Sul da China, que, pelo histórico, seus fundados tomaram por base para chamá-la.

A Macau brasileira em uma extensão territorial maior, de 767 km2 e uma população de 28mil habitantes, contra 29,9 km2 da Macau ex-portuguesa que hoje soma 563mil habitantes. A primeira tem a sua economia baseada nas salinas, a outra, hoje chinesa, em cassinos.

Conheça esta Macau brasileira, a Macau potiguar pela sua naturalidade do Rio Grande do Norte, de belas paisagens que faz jús à canção Macau (audível neste blog) que canta “Macau, terra minha / trazes a lembrança de uma quinta / és coberta de folhas e flores / são alegres as suas cores“.  Sua gente chama-se Macauense.  Não dispensaram o “u” como aconteceu com o Macaense da Macau do outro lado do mundo. Um dia, não muito distante, vou conhecê-la pois preciso matar esta curiosidade, além de ver as suas belezas naturais e de Natal, capital do Estado de RN.

Ilha Paraíso. Macau/RN. Foto de Getúlio Moura

fonte: site da Prefeitura

O site da Prefeitura Municipal de Macau no http://www.macau.com.br/: faz um resumo da sua história:

No ano de 1825, as águas do oceano Atlântico começam a invadir a ilha de Manoel Gonçalves, habitada por portugueses interessados na exploração e no comércio de Sal Marinho. Em 1829, impossibilitado de permanecerem na Ilha, os moradores partiram em busca de outro local, na mesma região.
Encontraram outra Ilha, que oferecia condições para instalações do povoado. A agradável Ilha descoberta, recebeu o nome de Macau, originário da corruptela da palavra chinesa A-ma-gao, que significa Porto de À Má, a deusa dos navegantes. Com o passar do tempo e o desaparecimento completo da Ilha de Manoel Gonçalves, Macau, o porto À Má, foi crescendo e se desenvolvendo, consolidando-se com o forte povoado às margens do oceano Atlântico, destacando-se como seus fundadores os portugueses Martins Ferreira e seus genros Antônio Joaquim de Souza, Manoel Antônio Fernandes, José Joaquim Fernandes, Manoel Fernandes e o brasileiro João Garcia Valadão, o João da Hora.
Impulsionada pela grande produção de Sal marinho, a povoado de Macau foi crescendo e no dia 2 de outubro de 1847, de acordo com a Lei nº 158, desmembrando-se de Angicos, tornou-se município do Rio Grande do Norte. Emancipou-se em 09/09/1875 Lei nº 761.

O “A” indica a sua localização no Brasil

Os dados estatísticos apontam que a Macau brasileira tem uma população de cerca de 28.000 habitantes (censo de 2006) numa área de 747 km2 à beira do Oceano Atlântico, no norte do Brasil.  Praticamente reina o verão com temperatura: máxima.: 35ºC média: 27,2ºC mínima.: 20ºC.  Os meses de maior incidência de sol: de Janeiro a Março.  Dista 180 km de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. A distância rodoviária de São Paulo é de cerca de 3.140 km

foto do site da Prefeitura

Os atrativos do município: 1. O litoral;  2. A hidrografia – com os manguezais praticamente preservados, as dunas, a flora e a fauna;  3. As salinas;  4. A prospecção de petróleo em terra e na plataforma; 5. O patrimônio histórico-cultural.

foto do site da Prefeitura

foto do site da Prefeitura

foto de Getúlio Moura

(próximas oito fotos, lado a lado, copiadas do site : http://www.clickteen.com.br)

dunas

praia com muitas conchas

Maio de 2012 em Natal-RN, a macaense Wei Dan, o macauense Getulio Teixeira e as amigas Neizadi e Patrícia, todos advogados Arq: Getulio Teixeira

Veja abaixo o interessante “encontro de um Macauense com uma Macaense” em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, registrado pelo site O Baú de Macau no

http://www.obaudemacau.com/

Por ocasião do XI Congresso Brasileiro de Direito do Consumidor e III Simpósio de Direito Internacional de Direito do Consumidor realizado em Natal-RN de 22 a 25/5/2012, o colaborador deste sítio, o advogado Getúlio Teixeira teve a oportunidade ímpar de contato com a conferencista, Professora Wei Dan, que é de Macau da China. Ela é doutora pela Universidade de Coimbra, licenciada em Direito pela Universidade de Pequim, Professora Associada e Diretora para Estudos Jurídicos avançados da Faculdade de Direito de Universidade de Macau. É também encarregada por cadeiras jurídicas do Curso de Licenciatura e Mestrado da mesma universidade e especialista em Direito Chinês Contemporâneo. É Redatora-chefe da Macau Law Review e participa da Focal-Point da UNCTAD e também do International Consumer Protection. Getulio nos falou da simpatia e cordialidade da macaense Doutora Wei Dan. 

foto de Fábio Pinheiro

Leia o texto completo da História da Macau brasileira publicado no site da Prefeitura Municipal de Macau:

História de Macau

O município de Macau no Rio Grande do Norte originou-se de uma sesmaria doada pelo pai de Jerônimo de Albuquerque (fidalgo nascido no Brasil e falecido em Portugal), possivelmente no princípio do século XVII.

A primeira Macau localizada numa ilha a noroeste da Ponta do Tubarão foi explorada pelo sesmeiro Manoel Gonçalves, depois inundada pelo mar.

A área inicial compreendia as ilhas do rio Açu, Guamaré e o interior de Pendências – incluindo as ilhas de Manoel Gonçalves e Alagamar. Na ilha de Manoel Gonçalves ficava a primeira povoação, isto porque em meados de 1820, os primeiros habitantes tiveram que deixar a ilha em virtude do avanço das águas do mar. À época transportaram para o novo local o cruzeiro de madeira, inclusive a legenda existente no mesmo, faz alusão ao ano de 1825. O que tudo indica é que a partir de 1715 os habitantes da ilha de Manoel Gonçalves começaram a migrar para ilha de Alagamar onde fica Macau. De acordo com as pesquisas consta como seus fundadores, o capitão português Martins Ferreira e seus genros Antônio Joaquim de Souza, Manoel Antônio Fernandes, José Joaquim Fernandes e Manuel José Fernandes, além do brasileiro João da Hora.

O nome Macau é uma corruptela da palavra chinesa A-ma-ngao, que significa “Abrigo ou Porto da Ama” deusa dos navegantes, o que terminou em Amacau ou Macau. Na verdade o nome é uma alusão à pequena cidade da China, possessão lusitana, que fica na província de Cantão e tinha uma imensa influência no comércio do Extremo-Oriente, num mundo onde Portugal tinha uma política de expansão desde o século XVI, sendo o município citado, uma província lusitana ultramarina. Antes de ser submersa pelas águas partiam da Ilha de Manoel Gonçalves carregamentos de peixes, couro e sal. Nesse período ocorreram saques por parte de embarcações de corsários, o que levou os representantes da Coroa a construírem um fortim para defesa. Na pequena povoação habitavam gente simples e pobre, pescadores e pequenos atravessadores de especiarias, bem como portugueses abastados, precisamente no local onde havia o fortim e as habitações primitivas.

Como foi afirmado, após a ilha ter sucumbido houve a transferência dos habitantes para Alagamar, embora essa transferência tenha sido gradual, o que sem dúvida representou o início do crescimento da economia com base na exploração das salinas, conjugada à fabricação de velas com cera de carnaúba, queijos e esteiras.

Em 1847 a povoação tornou-se uma Vila desmembrando-se de Angicos (Lei n. 158 de 2.10.1847). Em 1875 foi elevada à categoria de cidade. A partir de então a cidade começou a crescer tendo a sua evolução econômica ligada à exploração das salinas. No início, a Comarca de Macau, desligada de Açu, foi criada pela Lei Provincial nº 644 de 14 de dezembro de 1871 compreendendo os povoados de Guamaré, Alagamar, Mangue Seco, Barreiras, Diogo Lopes, Pedrinhas e Tabatinga. Somente em 1953 desmembrou-se de Pendências e Guamaré, formando novos municípios.

Aos primeiros habitantes, procedentes da ilha tragada pelas águas do mar, agregaram-se os que procediam de outras localidades. No início, a retirada do sal era uma atividade artesanal e rústica e sua comercialização feita em embarcações rudimentares, que a abasteciam também com gêneros alimentícios. O Porto de Macau teve a sua importância econômica, localizando-se na entrada da barra do Amargoso o principal afluente do Rio Açu-Piranhas.

Segundo o Dr. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira comissionado pelo Governo Federal que o visitou em 1918:

“O Porto de Macau desembocava no Oceano por três bocas: o Açu ou Amargoso, o dos Cavalos e o Rio das Conchas, sendo os dois últimos ligados por gamboas”. Com as margens revestidas de mangue durante muito tempo, navios de até 4 metros de calado entravam no canal, eles ficavam afastados e o sal era conduzido precariamente em veleiros de menor e maior porte. Esse porto era tão importante que no Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico do Brasil publicado em 1922 pelo Instituto Histórico e Geográfico do Brasil – volume I estão registradas mais particularidades do que as referências feitas ao porto de Natal.”

A inter-relação com os que lá aportavam foi intensa, apesar de nem sempre positiva, mas traziam notícias e novidades do Rio de Janeiro, o que influenciava até a moda.

A circulação da riqueza trouxe investimentos para a cidade o que se refletiu nas edificações e sobrados e nos escritórios das companhias de navegação ligadas também à comercialização do sal, denotando abastança: a Companhia Comércio e Navegação, a Companhia Nacional de Navegação Costeira, o Loyd Brasileiro e Francisco Matarazzo, bem como grandes salineiros como Teófilo Câmara, Severo & Irmãos, Salinas Carielo (família de descendência italiana) e outras.

A chegada de capital financeiro da região sul favoreceu a construção de salinas com inovações tecnológicas e o escoamento da produção passou a ser feito por navios de propriedade das empresas maiores. Surgiram novas profissões como os barcaceiros, os estivadores, os práticos das barras que conduziam os navios ao ancoradouro e uma consciência de classe dos que labutavam na costa, que formaram as bases para a instalação dos sindicatos que tiveram uma ampla atuação na cidade.

A importância econômica de Macau nesse período da sua história foi retratada por José Mauro de Vasconcellos no seu romance Barro Blanco. (1ª edição de 1945).

Autoria do blog-magazine

Rogério P. D. Luz, macaense-português de Macau, ex-território português na China, radicado no Brasil por mais de 40 anos. Autor dos sites Projecto Memória Macaense e ImagensDaLuz.

Sobre

O tema do blog é genérico e fala do Brasil, São Paulo, o mundo, e Macau - ex-colônia portuguesa no Sul da China por cerca de 440 anos e devolvida para a China em 20/12/1999, sua história e sua gente.
Escrita: língua portuguesa escrita/falada no Brasil, mas também mistura e publica o português escrito/falado em Portugal, conforme a postagem, e nem sempre de acordo com a nova ortografia, desculpando-se pelos erros gramaticais.

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