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REALEZA PODE TRANSFORMAR HOSPITAL VETERINÁRIO EM HOSPITAL DE CAMPANHA

“É o momento de a universidade mostrar sua importância social”

Hospital Veterinário da UFFS

É importante registrar estudo epidemiológico promovido pelo campus de Realeza (sudoeste do Paraná) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), baseado em uma modelagem estatística do Imperial College London, que mostra o que pode estar por vir, principalmente à medida em que o coronavírus avançar para o interior.

Com outros 26 municípios, Realeza compõe a 8ª Regional de Saúde do Paraná. A população somada é de cerca de 136,2 mil habitantes. No estudo feito pela UFFS, estima-se que até 10% desse total possa ser contaminado, ou 13,6 mil pessoas. Assim, de acordo com o modelo matemático, 680 pessoas desenvolveriam complicações severas.

UFFS em Realeza

O problema é que o SUS, na 8ª Região, mantém apenas 36 leitos de UTI. E em abril 70% deles já estavam ocupadas por pacientes com outras enfermidades.

“É um cenário preocupante”, analisa o professor Marcos Antônio Beal, diretor do campus de Realeza da UFFS. “Estamos vivendo um momento ímpar. É o momento de a universidade mostrar toda a sua importância social.”

A transformação de um hospital veterinário da universidade em hospital de campanha é solução emergencial que a UFFS estuda.

 

TESTAR E MAPEAR PARA ENFRENTAR

Para amenizar o déficit de leitos hospitalares na região Sudoeste, a UFFS e a prefeitura de Realeza consideram transformar o Hospital Veterinário da universidade – que tem dez mil metros quadrados e é o maior da região Sul – em um hospital de campanha. É o que pode acontecer mais à frente, quando a epidemia lá atingir o pico de contágio.

Em outra frente, para monitorar a propagação da doença, a UFFS quer ser uma peça-chave para agilizar os diagnósticos de coronavírus na área. Por ora, todos os casos suspeitos da 8ª Regional ainda precisam ser encaminhados para o Laboratório Central do Estado (Lacen), em Curitiba, um procedimento que atrasa os resultados em até 14 dias. “Esse atraso, esse delay, não é pouca coisa. Ele faz você perder o panorama da realidade, porque a covid-19 é uma doença que se espalha muito rápido”, explica Beal.

Professor Marcos Antônio Beal

600 EXAMES/DIA

É um mapeamento mais preciso do coronavírus nas diversas regiões do estado que pode permitir se tomem medidas mais acertadas para conter a circulação do patógeno e também que se prepare mais adequadamente a rede hospitalar. Hoje, o Lacen consegue executar no máximo até 600 exames por dia.

No entanto, para conseguir realizar testes com maior grau de precisão, os chamados RT-PCR – ou testes de biologia molecular –, a UFFS precisa de equipamentos que no momento estão escassos no mercado. Nenhuma empresa consegue entregá-los em menos de 30 dias.

Na universidade, há a expectativa de que um consórcio de empresários da região se forme para adquirir no mercado equipamentos já em uso. Isso dispensaria o processo licitatório e permitiria que eles fossem imediatamente transferidos para a UFFS.

(colaboração de Sandoval Poletto)

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